ESCRITO POR MARCELO TAS
Sabine Moreau - foto reprodução |
Novamente reunida em São Paulo, a mega comunidade de nerds
na Campus Party- a nossa São Paulo Nerd Week! Como sempre, está com uma
ampla e merecida cobertura da mídia, inclusive do Terra.
Saúdo os nerds campuseiros, dou parabéns aos organizadores
pelo cardápio variado de assuntos e deixo aqui uma minhoca na cabeça de
todos sobre o avanço avassalador da tecnologia e seus efeitos colaterais. É
inspirada numa notícia que passou despercebida, ficou jogada ali no cantinho
das curiosidades dos jornais: a da velhinha belga e seu GPS. Sabine Moreau, 67
anos, saiu de Solre-sur-Sambre, cidadezinha onde vive na Bélgica, para pegar um
amigo na estação de trem na capital do pequeno país, Bruxelas. O que era para
ser uma viagem curta, um bate-volta, de 61 km virou uma aventura de dois dias e
1450 km. Tudo porque Sabine fez algo que nunca havia feito antes: para
facilitar seu dia, desligou a cabeça e ligou o GPS. Deixou que seu novíssimo
Tom Tom a guiasse por nada mais, nada menos, que 5 países e acabou indo parar
na Croácia.
Não ria. Desconfio que Sabine não esteja só. Todos nós
corremos o risco de nos entregar ao comodismo de apertar botões para descansar
o cérebro e esquecer-se do principal: onde queremos chegar? O que fazer com
tudo isso? Que história queremos contar?
Já existe o automóvel que liga o limpador de para-brisas
automaticamente quando começa chover, câmera fotográfica que só dispara o
clique depois do sorriso e pilotos de grandes jatos que sabem tudo de
tecnologia mas não sabem o que fazer sem o piloto automático.
Sob o impacto desse rally tonto de Sabine pela Europa, me
lembrei das últimas palavras de Bonin, o jovem co-piloto inexperiente no
trágico acidente que matou todos os 228 ocupantes do super hiper high tech
Airbus da AirFrance que caiu no trajeto Rio x Paris: “Nós vamos bater! Não pode
ser verdade… O que está acontecendo?”
O que pode estar acontecendo, meu caros, é estarmos nos
tornando pilotos de maravilhosas máquinas sofisticadas como o Airbus sem
conhecermos a arte de voar.
E você, caro campuseiro, caro nerd, caro navegador deste
blog, tem tido experiências ou pensamentos semelhantes ou diferentes sobre o
assunto?
Compartilhe.
E… longa vida aos nerds!
Fonte: Blogdotas
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