Luciano Leonel Mendes
é professor de engenharia elétrica e busca entender a sistemática da vida. |
Hoje amanheci me perguntando:
O que está acontecendo com o Brasil?
Onde estou vivendo?
O que aconteceu com a alegria do Brasil?
Depois lembrei...
Como era bom viver aqui no Brasil!
O que está acontecendo com o Brasil?
Onde estou vivendo?
O que aconteceu com a alegria do Brasil?
Depois lembrei...
Como era bom viver aqui no Brasil!
Quando
eu tinha 15 anos, tudo era bom, feliz e
alegre. Eu sentia orgulho de ser brasileiro e achava que entendia o que estava
sentindo.
Recentemente, descobri que nós não sabemos o que é sentir orgulho da nossa nação.
Parei por um pequeno instante e corri para o meu tablete. Comecei a garimpar pela web para ver se encontrava algum internauta com o mesmo pensamento que eu estava tendo agora nesse momento.
Recentemente, descobri que nós não sabemos o que é sentir orgulho da nossa nação.
Parei por um pequeno instante e corri para o meu tablete. Comecei a garimpar pela web para ver se encontrava algum internauta com o mesmo pensamento que eu estava tendo agora nesse momento.
E olha, por minha sorte encontrei o LUCIANO LEONEL MENDES
que escreveu com profundo sentimento tudo que eu estava pensando naquele momento.
Parabéns, Luciano. Fiquei muito emocionado com seu
texto.
Confiram o texto abaixo.
Confiram o texto abaixo.
Por: Luciano Leonel Mendes
Sentir orgulho de fazer parte de um país é algo mais
profundo do que admirar compatriotas que, sozinhos, fizeram proezas memoráveis
e projetaram o nome do Brasil para o mundo. Para sentir orgulho de fazer parte
de uma nação é preciso estar satisfeito com as conquistas coletivas e com a
situação geral do país. Será que posso sentir "orgulho de ser
brasileiro"?
Quando criança eu sempre ouvia a frase “Orgulho de ser
brasileiro” e achava que entendia o que isso significava. Afinal, o Brasil era tricampeão
mundial no futebol, o Pelé é o rei e não precisou de "mão de Deus"
nenhuma para mostrar como ser bom de bola. Pouco tempo depois veio o tetra com
Tafarel, Dunga, Romário, Bebeto e cia. Tínhamos ganho a medalha de prata no
basquete, com Oscar sendo a grande estrela e, aí sim, com a Mão Santa correta.
Depois veio a medalha de ouro no vôlei, com Bernardinho encarnando a garra e a
vontade o tempo todo. O grande Senna nos enchia de alegria aos domingos de
manhã com suas disputas acirradas com Prost, Mansel e Piquet. Ah, e como não
citar o grande Guga, que surgiu do nada e ganhou um dos torneios de tênis mais
glamorosos que existe, num esporte que quase ninguém sabia o que era. E fez
isso três vezes! E virou número 1 do mundo! Puxa vida! Tudo isso é de fato
motivo para sentir orgulho. “Orgulho de ser brasileiro”. E eu achava que eu
sabia o que era orgulho.
Alguns dos grandes heróis brasileiros. A partir do
canto superior direito: Pelé, Oscar "Mão Santa", Senna, Guga,
Bernardinho e Piquet.
Algum tempo depois, quando já éramos penta no futebol e
depois de ter morado um ano em um outro país, eu comecei a ver tudo o que
acontecia no Brasil no que tangia o serviço público. Saúde, educação,
transporte, saneamento, previdência e todo o resto que era gerido pelo governo
e, portanto, era da população brasileira, simplesmente não funcionava e
infligia um sofrimento infinito em todo mundo, de todas as classes sociais.
Então comecei a questionar se o que eu sentia era “orgulho de ser brasileiro”
ou se eu tinha orgulho de alguns brasileiros que, por méritos próprios, tinham
feito façanhas incríveis. Depois de entender como os políticos agem e qual é o
resultado dos seus atos, ficou claro para mim que eu sentia orgulho das
pessoas, e não do Brasil.
Os serviços prestados pelo poder público levam a
sociedade brasileira para um redemoinho de calamidades.
Da esquerda para a direita: foto de sala de aula no Maranhão registrada pela docente Uliene Araujo; Pacientes sofrendo em corredores de hospitais e centros de atendimento são cenas comuns pelo Brasil afora; Dia típico no metrô de São Paulo mostra o descaso com o dimensionamento do transporte público.
Da esquerda para a direita: foto de sala de aula no Maranhão registrada pela docente Uliene Araujo; Pacientes sofrendo em corredores de hospitais e centros de atendimento são cenas comuns pelo Brasil afora; Dia típico no metrô de São Paulo mostra o descaso com o dimensionamento do transporte público.
E também percebi que não havia razão para sentir orgulho
apenas das pessoas fantásticas que tinham nascido no mesmo país que eu. Já que
eu sentia orgulho das pessoas especiais, por que não me orgulhar das pessoas
fora de série que eu admirava? E depois de pensar um pouco sobre esta questão,
ficou claro para mim que eu podia sentir orgulho do Federer, Nadal, Agassi,
Raikkonen, Bartoli, Azzarenka, Kubica, etc. Eu não tinha obrigação nenhuma de torcer
pelo Felipe Massa nem de ficar frustrado quando o Belluci perdia de 3x2 depois
de estar ganhando de 0x2.
Mais um tempo se passou mais escândalos aconteceram, nenhuma
punição veio, os mesmos escandalosos políticos voltaram ao poder e voltaram a
cometer novas atrocidades, e depois que passavam desta para melhor, ruas
recebiam seus nomes como uma homenagem. E um dia acordei com vergonha de ser
brasileiro. Mas muita vergonha mesmo. E descobri que no fundo eu não fazia
ideia do que era sentir orgulho de verdade.
Recentemente, no entanto, eu tive uma experiência que me fez
imaginar o que deve ser sentir orgulho da sua nação.
Eu estava passeando por uma cidade no interior da Alemanha e, por acaso, passei em frente de uma bela igreja. Como eu gosto da arquitetura destes prédios, resolvi mudar os meus planos e visitar o lugar. Infelizmente, a igreja estava fechada, mas atrás dela havia um cemitério com árvores muito bonitas, lápides bem cuidadas e muitas flores já brotando, uma vez que o inverno este ano foi brando e a primavera está chegando mais cedo. Enfim, era um bom lugar para ser enterrado, se é que algo assim possa existir.
Eu estava passeando por uma cidade no interior da Alemanha e, por acaso, passei em frente de uma bela igreja. Como eu gosto da arquitetura destes prédios, resolvi mudar os meus planos e visitar o lugar. Infelizmente, a igreja estava fechada, mas atrás dela havia um cemitério com árvores muito bonitas, lápides bem cuidadas e muitas flores já brotando, uma vez que o inverno este ano foi brando e a primavera está chegando mais cedo. Enfim, era um bom lugar para ser enterrado, se é que algo assim possa existir.
Ao ler as lápides, uma chamou a minha atenção. Era o jazido
de uma senhora que nasceu em janeiro de 1945 e havia falecido em meados de
2012.
O jazido da família da senhora alemã fica em uma
bonita área do cemitério. A estátua de mármore traz mais harmonia e
tranquilidade para o local.
Quando ela nasceu, a Alemanha já havia praticamente perdido
a guerra, os soviéticos estavam devastando tudo o que podiam, numa ação que eu
classifico como de vingança. Quando ela tinha por volta de um mês de vida,
Dresden, uma das mais bonitas cidades alemãs, foi devastada por um bombardeio
quase inexplicável do ponto de vista militar, a não ser pelo objetivo de
dizimar a autoestima do povo alemão. Eu fiquei imaginando o que deveria ter sido
a infância dela. Como deve ter sido crescer em um país cuja infraestrutura foi
completamente destruída? Ter tios, primos e outros familiares que ela não pôde
conhecer, conversar e, muitas vezes, nem sequer trocar cartas, por que eles
moravam “do outro lado”? Dá para imaginar uma adolescente de 16 anos vendo a
antiga capital do seu país ser isolada por um muro?
Apesar de tudo isso, ela pôde assistir o seu país, mesmo
dividido, se organizar e voltar a produzir. Ela foi educada e pôde ver seus
colegas sendo educados, mesmo quando as dificuldades eram enormes. Ela teve que
trabalhar duro, ser eficiente, teve que dar o máximo, mas pôde colher o fruto
do seu trabalho e viu seus filhos terem acesso a uma infância muito melhor do
que ela teve. Aos 45 anos de idade ela presenciou o bom senso vir a tona e
vivenciou o seu país ser reunificado. Apesar das imensas dificuldades e
desafios, ela viu que a competência e boa vontade de seus líderes, aliada com a
enorme vontade da população de reerguer definitivamente o seu país, culminou em
uma nação sólida e fraterna. Ela viu seu país se tornar um dos pilares da União
Europeia. Aos 60 anos ela pôde ver aquela linda igreja de Nossa Senhora, que
foi destruída quando ela tinha apenas um mês de vida, ser completamente reconstruída
e voltar a brilhar com todo o seu esplendor no centro histórico de Dresden. E,
finalmente, um pouco antes de descansar de vez, ela ainda pôde ver o seu país
manter o bloco do euro unido, com força e determinação invejáveis.
Frauenkirche, totalmente reconstruída em 2005, hoje
resplandece no centro histórico de Dresden. A queda do muro de Berlim em 1990
foi uma das maiores alegrias vivenciadas pelos alemães.
Depois de pensar em tudo o que essa senhora vivenciou, eu
consigo imaginar o orgulho que ela deve ter sentido de ser alemã. Ela deve ter
pensado: “Nasci em um país destruído e estou deixando um dos melhores lugares
do mundo para se viver para os meus netos”. Deve ter sido um sentimento muito
bom!
Augusto amigão, faz tempo que não sinto orgulho de ser brasileiro, fale mal dos militares quem quiser, mas vive essa época quase inteira, havia patriotismo, hasteava-se a Bandeira nas escolas todas as manhãs ao canto do Hino Nacional, ensinava-se EMC (Educação Moral e Cívica), quem tinha pavor deles eram os bandidos, os comunistas, os mesmos que hoje estão no poder.
ResponderExcluirVestir uma camisa da seleção ao preço de R$400,00 não é patriotismo, é ser roubado e ficar feliz com isso, com uma opa que levou recursos indispensáveis a saúde, segurança, educação.
Abraço!
Caro Aurélio.
ResponderExcluirCompartilho do mesmo pensamento.
Um grande abraço!
Ouso muito as pessoas dizerem que te nojo de politica.
ResponderExcluirIsto e o que querem de nos para ficarem livres e fazerem o que bem entenderem.
Quando nos tivermos a conciencia de que pais e nosso ( e nao dos governantes ) e cada um começar a fazer a sua parte sem esperar pelas autoridades , começaremos a ter orgulho novamente.
Aqui existe uma ideia muito errada de que o governo vai resolver os nossos problemas. As pessoas que estao la hoje , so querem e se dar bem e o povo que se esploda. E isso e so culpa nossa , de mais ninguem .
O governo nao gera riquesa nenhuma , mas gasta 4 meses do meu trabalho. Isso tem que mudar.
Hoje vejo as manchetes na Tv ou jornal , e ta tudo indo por agua abaixo. Ate ai tudo bem , mas o que mais me desespera e que nao temos nenhuma alternativa para o futuro.
A oposiçao ao governo so quer tomar o poder , mas nao apresenta nada de novo .Parece que vamos trocar uma desesperança por outra.
Ivo vejo que vc está evoluindo muito!
ExcluirGostaria que mais leitores tivessem a sua capacidade de evoluir, só assim teriamos um novo País.
Abraços
patriotismo é coisa de gente pequena, sec xxi temos que evoluir, gente que nem voce que sente falta do passado ja estão obsoletos, mudança vem com açoes e nao indignaçao seletiva de um ignorante politico como você, no futuro a gente vai estar muito melhor e pessoas como você ficarão calados, inúteis pessoas
ResponderExcluirCaro leitor, vc deveria primeiro saber escrever.
ExcluirCom erros primários de escrita vc não não tem a mínima condição de criticar este texto, que está anos luz da sua compreenção.